O problema de seguir uma regra ou paradoxo das regras foi formulado por Wittgenstein nas Investigações Filosóficas. O problema consiste em se especificar quais ações estão de acordo com uma regra e quais estão em desacordo, na medida em que toda ação pode estar de acordo com uma regra por meio de uma interpretação adequada. Esse problema surge a partir do que se pode chamar de concepção interpretacional da compreensão, a tese que a compreensão consiste em gerar uma formulação de uma regra, a qual mediaria a relação entre a expressão da regra e as ações que se realiza para segui-la. A solução de Wittgenstein para o problema consiste em apontar uma consequência absurda dessa concepção: a indeterminação das ações por meio da regra. A compreensão consiste na aquisição de uma disposição. Um pouco da controvérsia exegética sobre o texto de Wittgenstein foi tratada principalmente em notas de rodapé.
Palavras-chave: Regras, significado, compreensão, Wittgenstein, Kripke.
The problem (or paradox) of rule-following was first formulated by Wittgenstein in the Philosophical Investigations. The problem consists in specifying which actions are in accordance with a rule and which are in conflict with it, given that every action can be put in accordance with a rule by means of an appropriate interpretation. This problem is engendered by what one can call interpretational conception of understanding, i.e. the thesis that understanding consists in generating a formulation of the rule, which would mediate the relation between the expression of the rule and the actions that one performs in order to follow it. Wittgenstein’s solution to the problem consists in pointing out an absurd consequence of this conception: the indetermination of the actions by means of the rule. Understanding consists in acquiring a disposition. Some of the exegetical controversy on Wittgenstein’s text is discussed mainly in footnotes.
Keywords: Rules, meaning, understanding, Wittgenstein, Kripke.
1. Introdução
2. O problema
3. Intenções e máquinas
4. A solução de Wittgenstein
5. Críticas
6. Considerações finais