Intencionalidade (André Leclerc)

Compêndio em Linha de Problemas de Filosofia Analítica (2015)
João Branquinho e Ricardo Santos (eds.)
Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
A intencionalidade, no sentido mais amplo, é a propriedade relacional de ser acerca de algo. Num sentido mais comum e estrito, é o poder da mente de representar algo. Franz Brentano (1874) fez da intencionalidade a “marca do mental”. Seu discípulo Edmund Husserl fez dela a noção central da Fenomenologia, a característica fundamental da consciência de ser consciência de algo. Na década de 1950, a noção foi introduzida na Filosofia Analítica por R. M. Chisholm (1957) que procurou, sem sucesso, um critério lógico-linguístico do mental. Ela finalmente se tornou uma noção central em Filosofia da Mente. Depois de um breve histórico dos principais momentos de desenvolvimento teórico da noção de intencionalidade, trataremos dos componentes e da estrutura da intencionalidade, e da complicada relação entre intencionalidade e consciência. Algumas questões importantes serão abordadas: Como resolver o problema dos objetos intencionais inexistentes? A intencionalidade é mesmo a “marca do mental”? É possível “naturalizar” a intencionalidade?

Palavras-chave: intencionalidade, consciência, Fenomenologia, Filosofia Analítica, Filosofia da Mente.
In the broadest sense of the word, “intentionality” expresses the relational property of being about something. In a more common and strict sense of the word, “intentionality” denotes the power of the mind to represent something. Franz Brentano (1874) argues that intentionality is the “mark of the mental”. Edmund Husserl develops the notion of intentionality as the central idea of his Phenomenology. Late in the fifties R. M. Chisholm (1957) introduces intentionality in analytic philosophy, seeking, unsuccessfully, a logico-linguistic criterion of the mental. Soon after intentionality becomes a central notion in philosophy of mind. After a brief historical survey of the main philosophical contributions to the notion of intentionality, we present the structure of intentionality, and the complex relationship between intentionality and consciousness. Some fundamental questions are briefly tackled: How could we resolve the problem of non-existent intentional objects? Is intentionality really the mark of the mental? Is it possible to naturalise intentionality?

Keywords: intentionality, consciousness, Phenomenology, Analytic Philosophy, Philosophy of Mind.

Conteúdo

1. Origem e evolução do conceito
2. A estrutura da intencionalidade
3. Intencionalidade e consciência

DOI: https://doi.org/10.51427/cfi.2021.0048

How to cite this article:
André Leclerc. Intencionalidade. In Compêndio em Linha de Problemas de Filosofia Analítica (2015), João Branquinho e Ricardo Santos (eds.), Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa.