A tese central do fiabilismo é que uma crença verdadeira é conhecimento apenas se foi produzida por um mecanismo que tende a gerar crenças verdadeiras. Como tanto o processo que gera uma dada crença quanto sua propensão a produzir crenças verdadeiras podem não ser apreendidos pelo sujeito a quem se atribui o conhecimento, o fiabilismo é uma teoria externista. A principal fonte de críticas ao fiabilismo reside precisamente na desvinculação entre o que torna crenças meramente verdadeiras conhecimento e a perspectiva do sujeito. As diferentes versões do fiabilismo são diferentes respostas a esta crítica, quer pela aproximação com as ciências cognitivas e com o projeto naturalista, quer pela proposição de uma epistemologia da virtude.
Palavras-chave: fiabilismo, epistemologia, externismo, epistemologia da virtude, naturalismo.
The central claim of reliabilism is that a true belief counts as knowledge only if it has been generated by a mechanism that tends to produce true beliefs. Reliabilism is an externalist theory, since both the process generating any given belief and its tendency to lead to true beliefs may not be apprehended by the subject to which knowledge is attributed. The central criticism to reliabilism is precisely that what distinguishes mere true belief from knowledge may be external to the subject’s perspective. The responses to this criticism lead to different versions of reliabilism, either moving towards cognitive science and a naturalist
project or proposing a virtue epistemology.
Keywords: reliabilism, epistemology, externalism, virtue epistemology, naturalism.
1. Introdução
2. Articulando o Fiabilismo
3. As críticas ao Fiabilismo
4. Uma resposta fiabilista: a epistemologia da virtude
5. Uma outra resposta fiabilista: o caminho para a naturalização
6. Conclusão